Discurso del Sr. Stefano Barra Gazzola - DHC 2019

 En la noche del jueves 21 de noviembre de 2019, la Universidad Autónoma de Encarnación tuvo el honor de realizar el acto de investidura con el grado de Doctor Honoris Causa al académico, Rector de la UNIS (Minas Gerais, Brasil) Stefano Barra Gazzola.

Discurso del Sr. Stefano Barra Gazzola

Prof. Nadia Czeraniuk, Magnífica Reitora da Universidade Autónoma de Encarnación Excelentíssima Presidenta do Conselho Superior, na querida pessoa de quem cumprimento os demais membros deste egrégio Conselho, e demais autoridades aqui presentes.

Ilustres Senhores Professores e Professoras, nas pessoas de quem cumprimento os demais membros desta respeitável comunidade acadêmica,

Boa noite!

Esta é uma noite onde sou tomado por muitos sentimentos. Certamente, a alegria se faz presente pelo carinho de ser abraçado por toda uma comunidade acadêmica, especialmente, tratando-se da Universidade Autónoma de Encarnación, uma entusiasta de tudo o que temos sonhado nesses anos na educação.

E essa alegria traz consigo convicções...

Algumas delas me permito expressar, por estar entre amigos. Nesses meus 30 anos na educação superior nunca me encaixei em modelos, em perfis existentes. Isso me custou caro, muito caro! Não seguir padrões, discordar do que estava pronto era ousadia demais para um jovem professor.

Pensar na minha trajetória de professor traz uma grande gratificação: paguei preços pessoais, mas não colhi frutos sozinho: nosso audacioso UNIS, nossa amada cidade de Varginha colheram comigo os frutos de se buscar fazer diferente.

Acertamos, erramos, mas, sempre AGIMOS.

A vida de um educador é um ir e vir de emoções, de posições, de decisões.

Sempre. Incondicionalmente.

Se tem uma coisa que um educador não pode ser é inerte. Ele não pode ser opaco, sem sabor. A indiferança é um veneno que mata quem o recebe e quem o produz.

O homem deve sim refletir sobre por onde andou e para onde quer e deve ir. Deve assumir seu papel de agente contra a indiferença.

Claro que queremos acertar sempre. Mas, o erro faz parte do acerto, é isso que nos ensina a educação. O que não podemos ter em nossas mentes e em nossos corações é a sensação de indiferença.

Nos momentos mais difíceis da minha caminhada como homem e como educador me vi às voltas entre o passado consolidado e o futuro em branco, por ser escrito.

Isso sempre me instigou a assumir riscos. Afinal, como nos ensina Arendt (uma filósofa política da pós-guerra) sentir e compreender o presente, pressupõe uma visão histórica do passado e sonhar o futuro.

Não se fala em educação sem posicionamento. Não se fala em existência significativa sem atitude.

Depois de alguns anos de uma árdua jornada para se consolidar em seu berço, o Unis conquistou a certificação dos órgãos de regulação e, o mais importante, firmou a confiança de seus conterrâneos.

Estava tudo pronto, em seu devido lugar. Era hora do merecido descanso?

Não. Hora de galgar novos degraus. Ou, ainda mais: hora de começar de novo uma outra escalada.

Assim, chegou o tempo em que o UNIS se viu sufocado pelas montanhas das Minas Gerais, meu estado natal. E percebeu que era justo e necessário que seus alunos, professores e colaboradores comungassem dessa mesma inquietação.

Querer o novo não significa insatisfação nem ingratidão ao que se tem. Querer o novo é reconhecer-se capaz de ir além. É reconhecer-se merecedor de novas experiências, de novos sentimentos, de novos amores.

Varginha, a cidade que sedia o Grupo UNIS será sempre a nossa Princesa. Mas era preciso conquistar outras terras. De um grupo sólido e reconhecido, o Grupo UNIS se dispôs a ser novato em terras estranhas. Afinal, o que é a vida senão um recomeçar constante?

Ah, recomeçar... começar de novo.

Parece empolgante, e é.

Mas, significa, muitas vezes, abrir mão do que está pronto, abrir mão do que já se conhece e das pseudoverdades que construímos. É deixar um cenário cheio de pessoas e situações conhecidas para propor, provocar e conquistar novas interações.

Nessa certeza da incerteza, o UNIS se lançou ao mundo. Ousou apresentar-se para o mundo, por meio de seu processo de internacionalização.

Não foi um conto de fadas... não foi mesmo!

Criar uma associação que congrega instituições educacionais pelo mundo parecia, para alguns, atrevimento demais para um centro universitário do interior.

E qual nossa satisfação ao encontrar outras universidades parceiras com a mesma coragem, com a mesma disposição de aprender, desaprender, construir, reconstruir. A Universidade Autônoma de Encarnación foi uma dessas parceiras fundadoras com as quais logo nos identificamos. A UNAE tomou para a si a ACINNET não como mais uma parceria, mas como um projeto.

A UNAE, em menos de duas décadas, transformou-se de Instituto de Formação de Professores à  Universidade Autônoma de Encarnación. Esse crescimento não se deu sem decisões difíceis, batalhas, ousadia e muita coragem.

Nisso, senhores e senhoras professoras, temos muito em comum.

Certamente a tradição é uma característica exaltada por algumas instituições de ensino.  Não sem razão. Nossa mantenedora, a Fundação de Ensino e Pesquisa do Sul de Minas nos acalenta com uma tradição de mais de meio século.

Mas isso não basta.

A Universidade Autônoma de Encarnación reafirma minha crença: embora jovem, esta instituição ousou, inovou, se atreveu. Buscou e obteve seu lugar.

É reconhecida pois atingiu conceitos esperados por seus alunos e pela comunidade nacional e internacional.

E é esse mesmo o caminho que precisamos seguir.

Nós, latino-americanos, somos um povo bravo, guerreiro, destemido. Precisamos nos reconhecer assim: países autônomos, mas, harmônicos, independentes, mas fraternos.

Cada qual com suas raízes, mas com sangue latino-americano pulsando.

E a educação é o instrumento pelo qual  a ação social coletiva participa de debates que visam potencializar a conscientização civil sobre os direitos sociais e civis e empodera uma nação. Precisamos cuidar do empoderamento latino-americano!

Todo reconhecimento nos acalenta. Mas, preciso declarar que o reconhecimento de uma instituição latina, parceira, me toma de distinta honra.

Por isso, em retribuição ao título que, honrosamente, recebo desta Instituição, e me faz tornar parte dela, me permitam compartilhar com vocês as angústias que nós, do Grupo UNIS, trazemos às vésperas de completarmos vinte anos como centro universitário.

Os resultados de hoje valem para hoje. “Estar” não basta. É preciso ser. Não basta existir. É preciso ter existência.

Em seu livro a Condição Humana, Hannah Arendt nos diz que “estar vivo, e o que fazer na existência é o grande problema filosófico hoje”. Estar vivo, entre um passado estruturado, um presente incompreensível e um futuro impensável é uma condição que nos torna humanamente iguais.

O que nos difere? O que faz alguns de nós especiais?

Estar vivo, requer a ousadia do Pensar! Pensar para existir na intensidade do que isto requer, para compreender a dimensão humana.

O que fará a Universidade Autônoma de Encarnación cada vez melhor não é o que ela é hoje, mas o que ela se dispõe a ser.

O que esta universidade pretende ser depende de todos e de cada um de nós. O quanto nós nos dispusermos nos doar, romper, inovar, surpreender será proporcionalmente correspondente aos resultados que a UNAE colherá no futuro.

As dificuldades superadas não podem ser apenas aquelas que a vida nos impõe. Resolver os problemas que o destino traz é viver seguindo um roteiro que os outros escrevem para nós. Isso vale para as pessoas e para as instituições. Por isso, meus colegas educadores, cabe a nós escrever o roteiro desta Universidade. E me incluo nesse rol de pessoas privilegiadas que fazem parte da UNAE.

A Universidade Autônoma de Encarnación talvez seja mais do que o Instituto de Formação de Professores Divinos Hope e o  Instituto Técnico Superior da Esperança Divina imaginaram ser. Mas creiam: o que esta instituição pode se tornar é muito, muito mais do que ela é hoje.

Não podemos nos limitar aos nossos muros. Temos que ver além desses muros.

E é preciso ter a sensibilidade e a coragem de ver além dos muros de outras universidades.

Precisamos ver nossos alunos não como futuros administradores, arquitetos, advogados, assistentes sociais ou educadores físicos aptos para o mercado de trabalho.

Temos que ver cada um deles como pessoas capazes e responsáveis pelas mudanças a serem promovidas no mundo. Temos que ver cada um deles como tomadores de decisão.

Não podemos cometer o engano de os ver como pessoas prontas, rotuladas por um diploma. É preciso que percebamos neles as infindáveis mudanças que eles próprios promoverão.

Costumo dizer à minha equipe que o Grupo Unis não é um emprego. É um projeto de vida.

Que todos vivamos a Universidade Autônoma de Encarnación como uma missão, cujo propósito é crescer em decorrência do crescimento que proporciona.

Mais uma confissão faço aqui, se me permitem: ao receber a Resolução nº 12/2019 do Egrégio Conselho, e lendo carinhosa e cuidadosamente os dizeres que justificavam, ao ver das senhoras e senhores, a homenagem que agora recebo, deparei-me com a afirmativa de que tivera eu me destacado pela minha visão global, através de um grande sonho integracionista.

Durante minha vida pessoal e profissional sempre falei de sonhos. Eu não nutria sonhos...

Meus sonhos sempre me nutriam. E vocês me deram um presente: vocês nomearam meu sonho de uma forma que nem mesmo eu havia o compreendido.

Um sonho integracionista. Um sonho que integra... um sonho que se integra a outros sonhos para criar um sonho ainda maior.

Esta é minha crença. Parafraseando Ray Kroc, eu afirmo:Nenhum de nós é tão bom quanto todos nós juntos.

O UNIS é uma instituição melhor por sonhar e realizar junto com a Universidade Autônoma de Encarnación.

Tenham em nós parceiros para os sonhos mais ousados!

Quero agora, de forma especial, tecer alguns agradecimentos:

Com muita honra agradeço ao egrégio Conselho Superior da Universidade Autónoma de Encarnación, pois sei da seriedade com que os Senhores Conselheiros proferem cada decisão. Carregar comigo o título de Doutor Honoris Causa não engrandece apenas minha trajetória de profissional. Enaltece minha trajetória de educador, de ser humano que, em algum momento, rompeu suas limitações e fez em prol do outro.

Agradeço à minha equipe do Grupo Unis, na pessoa do Prof. Dr. Luiz Carlos Vieira Guedes, vice-presidente do Grupo UNIS, por sonhar comigo. E, acima de tudo, por realizar comigo cada projeto. Por recomeçar comigo tantas vezes. Para mim, é um orgulho reger esta grande orquestra que vocês compõem. Cada um com sua atribuição, faz da sua parte o grande TODO que é o Grupo UNIS.

De forma muito especial, me dirijo à Profª Nádia Czeraniuk Schaefer, Excelentíssima Presidenta do Conselho Superior e Magnífica Reitora da Universidade Autónoma de Encarnación.

Professora Nádia (permita-me chama-la assim por ser uma grande amiga) a você minha especial gratidão. Refiro-me aqui não apenas à deferência na indicação de meu nome, atribuída ao meu trabalho, mas minha gratidão pela sua história, pela sua postura. Dirigir a ACINNET ladeado de uma mulher de fibra como você é uma honra! Acredito que sua trajetória não seja fácil. Sabemos que além de todos os desafios comuns aos educadores e gestores, as mulheres têm um a mais: o desafio de se fazer perceber em absolutas condições de igualdade.

Às vezes travam uma luta aberta para combater o preconceito declarado. Outras tantas vezes, sua luta é silenciosa. Saiba que tem meu respeito incondicional.

Quero também fazer uma menção especial à minha filha Thaís Gazzola que está comigo aqui de coração, mas que pode me acompanhar por estar Às voltas com o fim de semestre na Universidade. Minha pequena cresceu! E em que pese meu sentimento paternal me instigue a coloca-la numa redoma, meus instintos de cidadão do mundo me mostra que a melhor forma de amar é permitindo que ela trace suas rotas e voe, voe livre. Minha filha, te amo de paixão.

Agradeço também a Deus. A Ele, meus agradecimentos pela minha vida e pela vida de cada um de vocês aqui presentes. Minhas orações são, sempre, pedindo a Ele, o criador da vida, que nos faça dignos de bem viver este presente sublime que é estar vivo. Que nossa passagem por este plano tenha o grande propósito de evoluir e promover a evolução.

Encerro lançando uma provocação: sejamos amanhã educadores melhores do que somos hoje. Sejamos agora latino-americanos mais audaciosos do que fomos ontem.

Muito obrigado.

 

 

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